10/08/2012

O Sonho Acabou!




















 O ser humano é um bicho engraçado. Ama, odeia, elogia, xinga, faz o bem, faz o mal, é curioso, é orgulhoso, é apto ao esforço mental mas apela ao apelo físico puramente por aceitação social. E a gente adora idolatrar inconscientemente as musas e "musos" que idealizamos. Se por acaso encontramos álguem que se assemelhe àquela concepção de ideal, agarramos com toda a força dos braços chamando de MINHA ou MEU. E sermos chamados da mesma maneira nos dá aquele prazer enorme, aquela sensação de estar completo.

   Mas por que vivemos acreditando que temos uma peça faltando? Por que se estamos com a pessoa que ilusóriamente amamos dizemos que estamos completos? Quando solteiros éramos incompletos? A vida na sociedade moderna é baseada na imagem e nas mensagens que as imagens nos passam. Eu, assim como o resto do mundo, sou também vítima de tal pensamento bobo "Puxa, preciso encontrar aquela que me complete!". Estou na condição de ser humano, não estou? Então estou sujeito a tais influências sociais que me fazem pensar assim.

     Porém, os breves momentos de real lucidez me trazem à tona questões como a mencionada acima. Por que sempre nos rebaixamos? Por que acreditamos que somos menos do que completos? Por que eu vivo dia após dia esperançoso por encontrar álguem do qual me complete e eu possa a completar? Por que não estar apto à cruzar o caminho de um novo amor ao invés de buscá-lo?

   Preciso praticar um certo auto-ensinamento: estar com álguem deve significar compartilhar o que está completo, e não ser completado; deve significar ensinar e aprender e não idolatrar o ego cheio de orgulho baseado em falsas concepções de beleza. A beleza da alma se esconde. E olha... ela se esconde muito bem! Para não se permitir ser encontrada por quem não tenha forças o suficiente para procurar em cada centímetro de palavras ditas, escritas, pegadas deixadas, ações realizadas e pensamentos orbitados. Quem realmente ama tem força de vontade de sobra para encontrar a beleza da alma nas coisas mencionadas acima. Tem paciência ampla o suficiente para não tirar conclusões incompletas tidas como perfeição idealizada. O olhar tido como revelador é meramente uma fresta aberta. Aquele que realmente encontra revelações no olhar da pessoa amada só as encontra de fato após a igualmente paciente e persistente busca. Entender a língua dos sinais do coração de alguem é como aprender um idioma raro, uma língua morta. Sendo apenas permitido o aprendizado após ter vivenciado certas experiências, ou tendo um coração analítico e consideravelmente próximo de ser puro.

   Aprender a língua do coração é uma verdadeira vitória, tendo como recompensa o amor honesto e gratificante.

   Estarei eu pronto para tal? Terei eu a chance de fazê-lo durante minha existência sob este solo tortuoso?