30/11/2007

E Tem Gente Que Pesca Acordado...

Pescar é uma coisa maçante. E não sei qual é o problema das pessoas com isso, porque elas implicam em pescar esportivamente. Eu mesmo não consigo ver sentido em jogar um arame farpado no rio, furar a boca de um animal e jogá-lo de volta quase morto de volta à água.
Pense bem, o peixe está fazendo o que sempre faz, passando seu dia tranquilamente quando é surpreendido por um rango fácil. Rapidamente se delicia, mas a um custo drástico, sua integridade física e moral é colocada em questão. Com uma ponta de ferro atravessando sua boca, é retirado de seu habitat a força e admirado por seres humanos, estes que se dizem superiores. Após ter sido admirado por todos ao redor, o peixe tem o anzol retirado a força e é jogado de volta à água, saindo nadando mais morto do que vivo. Não entendo bem a finalidade disso...
Alguns anos atrás, na era pré-histórica ou mesmo hoje em civilizações costeiras, seria compreensível ver a pesca com a finalidade de alimentar a quem possa interessar. Mas se nestes pesque-pague, onde tiozões tomam cerveja enquanto admiram a vara de bambu esticada afrente, chamando a si mesmo de esportista e relatando sua tarde como seu hobby, o único beneficiado é o dono do pesque-pague, eu vos digo que nestes lugares tirei como aprendizado o quanto chato é pescar.
Mas com tudo isso, é possível tirar um grande ensinamento dos peixes: cuidado com as coisas boas que aparecem fácil demais, elas podem trazer uma dor terrível.

20/11/2007

Rain... rain... rain!

    Uma vez, quando eu era criança, meu pai ironizou a respeito de uma situação minha e mencionou uma tal de Lady Murphy. Apenas anos depois veio a meu encontro uma explicação sobre o significado de tal palavra. Isso me fez começar a acreditar que essa Lei de Murphy talvez me persiga, regularmente. Por exemplo: aqui onde moro, a cidade-lanche chamada Bauru, o clima anda incerto. Ora chove, ora faz um calor de fritar as orelhas como bacon, ora o céu é coberto por imensas nuvens que recordam o filme Independence Day. Eu, como um bom ser humano que tem lá suas dúvidas a respeito de “ser” humano, gostaria de tomar uma boa chuva. Daquelas de chegar em casa encharcado, com os sapatos fazendo “splof, splof” e a camiseta pesando 2 kilos. O motivo disso talvez seja para recordar aqueles velhos momentos da adolescência, de sair na chuva com os amigos. Ou para simplesmente ficar com aquela boa sensação de “alma lavada”, levada pela chuva ao bueiro. Porém o que vêm acontecendo é que levo a chuva embora, ou ela foge de mim. Outro dia eu estava andando pela Avenida Nações Unidas e o tempo fechou de repente. Logo pensei: “É hoje que tomo aquela chuva!”. Mas que nada, foi eu colocar os pés dentro do saguão do prédio que a chuva começou a cair, e eu perdi! No segundo dia, eu estava novamente a caminho de casa e começou a chuva. Juro ter sentido 12 pingos apenas, deu pra contar sim, foi uma chuva medíocre. Não me veio outra reação senão olhar para o céu e dizer: “É isto que você chama de chuva?” E não adiantou, pois nenhum pingo mais caiu. Nesta tarde houve outro desentendimento climático, aconteceu lá pelas 18 horas. Eu já estava pronto para sair do trabalho e ir pra casa quando começou uma chuva torrencial, que me recordou o filme “Frankenstein”. Novamente surgiu a frase, ecoando na mente “É hoje!”. A energia acabou, o céu desabava, os carros derrapavam na rua, uma árvore caiu perto dali, derrubada pela força do vento. Peguei minha carteira, chave, celular, coloquei um sorriso no rosto e saí pela porta. A chuva começou a cessar. Tudo parou e a vida continuou. Molhei apenas meus sapatos, graças ao sistema planejado de alagamento de Bauru, e fui embora frustrado pela repetida situação.
    Sinceramente já estou a acreditar que quando eu estiver indo a um compromisso, ou indo a algum lugar importante, vestido bem como nunca, com um terno Giorgi Armani, a chuva vai me pegar e me fazer pagar pelas palavras irônicas que rondam minha órbita mental.

RAIN - THE BEATLES
"Se a chuva vem eles correm e escondem suas cabeças
Eles acham que seria melhor se estivessem mortos.
Se a chuva vem, se a chuva vem.
Quando o sol brilha, eles correm pra baixo da sombra,
E preparam suas limonadas,
Quando o sol brilha, quando o sol brilha.

Chuva, eu não ligo,
Brilhe, o tempo está bom.

Eu posso te mostrar que quando começa a chover
Tudo é a mesma coisa;
Eu posso te mostrar, eu posso te mostrar.

Chuva, eu não ligo
Brilhe, o tempo está bom.

Você pode me ouvir que quando chove e brilha (o sol),
É só um estado da mente,
Pode me ouvir?
Pode me ouvir?"

05/11/2007

All You Need Is Love!


All you need is love. Tudo que você precisa é amor e parece tão difícil de conseguir hoje em dia. Para a ciência o coração humano não tem limites. Para a compreensão esotérica, espiritual, religiosa e moral o coração humano não têm limites. Pelo menos nisso todos nós concordamos. Mas acho engraçado o fato de utilizar nosso potencial humano de forma tão exageradamente sentimental e pouco uso da razão fazemos. Eu mesmo sou um bom exemplo disso, na hora do apuro, quando a situação me pede ação imediata eu ajo movido pelo sentimento, o que constantemente piora ainda mais a situação. Engraçado que eu reconheço isso, de experiências anteriores, mas como é difícil mudar! Tomar a decisão correta levando em conta a praticidade que ela pode conter. Mas acho que estou conseguindo, mesmo tendo quem duvide.
Para mim há duas coisas em nosso corpo que nos move pelos dias. Uma é a mente, o cérebro, e a outra é o sentimento, o coração. Rivais em alguns momentos, aliados em outras. Eu mesmo vivo em constante turbulência por isso, parece pouco espaço para muita coisa. Vejo gente que consegue lidar com isso com enorme facilidade e os invejo. Nas horas de calmaria da noite, remexo no que permanece intacto na minha mente, volto às lembranças da boa infância, da época que não me decepcionava com as pessoas. Ninguém podia fazer uma mágoa permanecer, pois a criança é inocente e a tudo perdoa. O tempo que a tristeza não deixava feia a alma e não deixava velho o corpo. Isso acende o coração, despertando sentimentos que outrora preferiam se manter ocultos. A resposta está nas palavras daqueles que o descrevem, detalham-no como uma pessoa complicada. Afinal, o não-complicado seria quem não remexe em sua própria existência e no que é? Porque nascer e não querer saber quem é e todo o potencial que sua alma tem, para assim entrar em maior harmonia entre os outros seres humanos e poder ser útil para eles?
Talvez se todos nós quiséssemos fazer bom uso de poder que temos em mãos, teríamos um lugar melhor para morar. E não é difícil provar isso, temos como exemplo a diferença social entre países e continentes. A qualidade de vida de um país com o Brasil remete á 1500, 1600, quando foram trazidos para este lugar pessoas que tinham como menor importância quem estava vivendo ou morrendo. Carregamos muito disso até hoje, alguns mais outros menos. Eu, que lido com todo tipo de pessoa diariamente, fui notando com o tempo que as pessoas já não têm vontade de serem realmente boas. A maior parte de nós encontramos a felicidade em coisas tão banais e sem importância que se olharmos com mais atenção passado um tempo percebemos o quão ingênuos nos fazemos.
Mas eu não estou aqui para ensinar ninguém a viver, até porque eu mesmo, como já disse, me pego cometendo estes erros de vivência frequentemente. O que queria fazer você entender é aquilo que está na nossa frente, presente em nossos olhos, mais claro que cristal. É possível trabalhar mente e coração juntos, trazendo assim o sentimento mais puro à tona. O amor. O amor que move nossos futuros de encontro àqueles que também o valoriza. Eu acredito num futuro onde muitos entenderão o que as canções já dizem: Tudo Que Precisamos é Amor! e assim tornaremos nossa vivencia e nosso próprio planeta um lugar muito melhor. Eu busco essa mudança em mim e nos olhos dos outros.

Mantra
Maria Rita

A paixão é como Deus
Que quando quer
Me toma todo o pensamento
Dirige os meus movimentos
Meu passo é teu
Meu pulso é desse todo poderoso sentimento