21/12/2007

Emoções "Dezembrais" Constantes

Todo mundo já ouviu a sentença: “A vida não é complicada, as pessoas que a tornam assim.”, não? Como as coisas acontecem exageradamente multiplicadas comigo pensem nessa frase bem ao pé da letra para alguém!
Eu não sei ao certo se sou eu que torno minha vida complicada ou se são as pessoas ao meu redor, acho que é a soma das duas coisas. E visto tudo isso pelos meus olhos fica ainda mais complicado.
Estando com menos de cinco meses antecedendo minha partida do país, vejo como as coisas começam a se tornar cada vez mais efusivamente memoráveis.
Uma coisa boa antecede várias ruins, é um fato. Mas é ruim aos olhos de quem as vê assim. Me faz pensar o quanto o coração de cada um agüenta.

No começo de Dezembro tive a noticia do ano! Minha amiga Camila viria me visitar em Bauru, vinda de Campinas. Eu já me surpreendi pelo fato dela estar disposta a viajar 6 horas, gastar uma boa grana e ficar hospedada na casa de 3 homens numa casa velha assombrada construída por índios, mais notável ainda fazer tudo isso apenas para matar a saudade de um amigo. Quando eu soube disso minha cabeça entrou em parafuso! Eu jamais vi grande esforço de alguém por mim, a não ser de meus pais. Como é possível alguém ser tão disposta a alimentar uma amizade de 300kms de distância. Afinal eu e a Camila éramos apenas amigos da escola, do colegial. Matávamos aula para ir no Habib’s, jogávamos truco, trocávamos bilhetes comentando sobre nosso colegas bobos, mas no final do ano letivo tudo acabou. Só voltou 3 anos depois, pelo Orkut (que, quem diria, teve alguma utilidade na minha vida!). Camila veio, e estabeleceu uma presença tão marcante que muita gente que conheceu ela, sentiu uma força e alegria que só eu pensava sentir. Minha mãe até chorou quando ela foi embora. Eu nunca vi a Camila de mau-humor, de cara amarrada, de bico. Só contagia alegria e palavras boas, mas não forçadamente e sim de uma maneira naturavelmente verdadeira. Quem me dera ter 1% de luz que sua alma tem. O dia que ela foi embora para mim foi a partida mais difícil da minha vida até hoje. Eu disfarçava o choro perto dela, mas por dentro me derrubava em prantos. Eu nem conseguia falar direito. Só quando ela foi à direção ao ônibus não agüentei e comecei a molhadeira. E foi assim nas horas seguintes. E foi quase assim nos dias seguintes, muita lembrança da sua presença, muitas palavras no ar, muitos momentos voltavam a cabeça e traziam uma saudade latejante. Engraçado como você pode gostar tanto de alguém incondicionalmente. Para mim, esses sentimentos só existiam no amor condicional, eu ainda não tinha os presenciado de um modo sem paixão, apenas amor de amigo. Mas eu digo que a Camila é mais irmã pra mim do que qualquer coisa. É uma das pouquíssimas pessoas que eu daria minha vida para salva-la.
E foi assim, um céu, o fim de semana. Poucos dias antes eu iniciei um caminho contraditório. Mantinha firme a idéia de não me envolver com ninguém por causa da viajem, mas senti essas palavras se dissolverem na presença de alguém que conheci. Mas que ironia, essa pessoa, afinal, não quer um relacionamento. Eu ainda não aprendi a estar com alguém sem rolar sentimento, mas que defeito meu! Neste mundo que vivemos já é hora de eu aprender que sentimento não faz parte de um beijo e relacionamento não faz parte do meu futuro. É que ainda não consegui aceitar isso, não é fácil, sabem?

Ao mesmo tempo, fim de ano sempre me faz lembrar como são como o juízo final: Você tem que achar um teto para esperá-lo e pessoas para te acompanhar. Meus natais sempre foram um verdadeiro pesadelo, pois minha avó faz questão de estragar o clima de todos os natais da família. Foram todos assim, exceto o que passei sozinho, em 2004. Já o ano novo eu passei a não mais ir na casa da minha família paterna, pois no resto do ano não lembram que eu ou meu irmão existimos. A saída é aguardar a cara de dó de algum amigo que decide te chamar. Foi o caso do Sandro e da Roberta. Não sei o que faria sem eles. Até comprei um presentinho pra cada um, pra dar quando for lá.

Sinceramente, não sei como ainda não odeio o Natal e Reveillon. Deve ser porque ainda tenho esperança que eles serão bons, quando eu tiver, um dia (quem sabe), minha própria família.
Nestes dias de turbulência, minha lagosta Napoleão III faleceu. Salmão, meu peixe beta, a matou. Mas como pode um beta conseguir matar uma lagosta? Isso foi outro aprendizado para mim, jamais colocar uma lagosta e um beta no mesmo aquário!
Enquanto isso, na Inglaterra, as pessoas continuam cobrando minha vinda. Mas calma, pessoal, não é fácil conseguir 3 mil reais!!! E no mesmo momento que tento desbloquear meu cartão de crédito novo sem sucesso, alguns fatos a respeito da casa onde estou morando tentam permanecer sob 7 palmos. Literalmente. Logo explicarei melhor a respeito disso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário