31/03/2007

Todo dia e noite. A todo momento...

Outro dia, uma pessoa que estava parada na minha sala ao lado da estante me disse que mudo demais. Comentei sobre algumas de minhas várias mudanças e com isso ela fez uma análise rápida sobre minha pessoa, erroneamente, claro. Disse coisas que não vou comentar aqui porque a maior parte nem me lembro mais. Após ouvi-la eu levantei do sofá um pouco apreensivo e encurtei meu argumento apenas dizendo que ficaria naquele apartamento por algum tempo. Dei alguns passos até a janela que cobria a parede inteira. Não possuía cortinas e a noite invadia a sala, iluminada pela luz da Lua e da rua. Fiquei observando as luzes da cidade e o movimento da rua, estava num andar que parecia ser o quinto ou sexto. Quando voltei meu olhar para dentro a pessoa não estava mais lá, o sofá estava vazio. Olhei na cozinha, no quarto e no resto do lugar, mas não havia mais ninguém. Não sei porque, mas com isso fui até a porta e saí. Desci pelo elevador e passei pela entrada do prédio. Lá fora senti algo estranho, uma sensação bem incomum mesmo. Acho que foi nesse momento que percebi que estava sonhando. Mas acordei com este sentimento, e ainda não sei explicar o que significa esta sensação. Espero descobrir nestes próximos dias.
Mas uma coisa sei explicar: o fato dessa pessoa que nem conheço ter me dito que mudo demais é uma realidade penosa, que me assombra. Uma característica minha assustadora, talvez trazida de muitos anos atrás, já que por toda minha vida minha família vinha demonstrando a facilidade de nos mudarmos para tantos lugares dentro da mesma cidade. Mas talvez o que ela me disse veio com a intenção de um aviso para me acalmar. Pois aqui estou eu, pleno mês de Março, faltando ainda 9 meses para o vencimento do contrato do aluguel do apartamento e já estou pensando no próximo. Já estou planejando tudo, querendo comprar os objetos, já vendo a localização e imaginando que vai morar comigo desta vez (ninguém).

Acho que mudo tanto porque ainda não encontrei minha casa.

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